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Marli Fantini



Quem é?

Marli de Oliveira Fantini é filha de Dilson Fantini e Maria de Oliveira, nascida em Sabará (MG), em 12 de janeiro de 1946.


O que faz?

Bacharel em Letras, pela UNIBH (1971); Mestre em Estudos Literários, pela UFMG (1994); Doutora em Literatura Comparada, pela UFMG (2000); Pós-Doutora em Literatura Brasileira, pela USP (2003-2004), pela UERJ (2010-2011) e pela Universidade de Lisboa, Portugal (2010-2011), Marli Fantini é professora associada da Faculdade de Letras da UFMG, onde leciona na Graduação e Pós-Graduação. Tem ampla experiência em Literatura Comparada, Teoria da Literatura e Literatura Brasileira, atuando principalmente nos temas Guimarães Rosa, Machado de Assis e literatura ibero-afro-americana.

Foi coordenadora da Câmara de Pesquisa da FALE/UFMG (2006-2010); presidente da Comissão Editorial da Ed. FALE/Ed. da UFMG (2006-2010); chefe do Departamento de Semiótica e Teoria da Literatura (2001-2003); diretora do CESP - Centro de Estudos Portugueses da UFMG (2001-2003); vice-diretora do CESP (1999-2001); editora da Revista do CESP; consultora e parecerista ad hoc de CAPES, CNPq, POSLIT e Câmara de Pesquisa da FALE; líder (CNPq) do Grupo de pesquisa REDES; coordenadora do Núcleo de Pesquisa MESCLA (FALE/UFMG).

Em 1999, Marli Fantini foi personalidade agraciada, com a medalha “Mérito Especial”, em solenidade de entrega de medalhas da Ordem do Mérito Legislativo, na Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Em 2005, Marli obteve o 1º lugar do Prêmio Jabuti, na categoria Teoria e Crítica Literária, com o livro Guimarães Rosa – Fronteiras, Margens, Passagens (Ateliê/Senac, 2004).

A obra constitui um desdobramento de sua tese de doutorado em Literatura Comparada, Fronteiras em falso: a poética migrante de Guimarães Rosa, defendida em 2000, na Faculdade de Letras da UFMG.

Marli Fantini foi um dos organizadores do Seminário Internacional 50º aniversário de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, ocorrido em maio de 2006, no Palácio das Artes e na Faculdade de Letras da UFMG.

Marli compreende, escreve, fala e lê em Espanhol, Francês e Inglês.

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Marli publicou livros, capítulos e artigos e organizou coletâneas e eventos relacionados à sua área, que podem ser assim resumidos:

• 4 livros publicados
• 12 livros organizados
• 25 capítulos de livros
• 20 artigos publicados em periódicos

Fonte: Informações extraídas do Currículo de Marli Fantini.


Neste trecho de entrevista ao BOLETIM, publicação da UFMG, Marli comenta características importantes da obra e da trajetória intelectual de Guimarães Rosa.

Boletim: O que representa, no cenário literário brasileiro, a escrita de Guimarães Rosa?

Marli Fantini: Guimarães Rosa é um viajante e sua poética tem vocação plurilingüística e transnacional. O conhecimento de vários idiomas, o trânsito por inúmeras culturas, a diversidade de focos oriunda do olhar multifacetado do escritor – sertanejo, médico, intelectual, diplomata de carreira – são fatores decisivos na constituição de sua poética de “fronteiras”. Ao reconstituir o ambiente literário, a vida intelectual e profissional de Guimarães Rosa, percebemos que sua escrita contribuiu, no Brasil, com a ampliação do conceito de literatura e cultura. A obra de Rosa caracteriza-se pelo constante exercício de conjugar diferentes formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio diferenciado: oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético e saber epistemológico, intuição e razão.

Boletim: De que forma o ofício de escritor influencia o diplomata Guimarães Rosa?

Marli Fantini: Da vida e da obra rosiana, sobretudo em Grande Sertão: Veredas, aflora uma nova forma de habitar o mundo, bem como novos estatutos de trocas políticas e culturais. Trata-se de um universo real e imaginário, que mais tarde se manifestará, como sabemos, na chefia do Serviço de Demarcação de Fronteiras do Itamaraty, ocupada pelo embaixador Guimarães Rosa. É nessa função que ele negocia com o Paraguai as águas do Rio Paraná para a construção da Usina de Itaipu. Enquanto escritor, traçará cenários e espacialidades móveis, que primeiro desconstrói, para depois reterritorializar, como as fronteiras, os rios, as margens territoriais amplas e difusas do grande sertão. Conforme explica Riobaldo: “Lugar sertão se divulga: É onde os pastos carecem de fechos”.

Boletim: Em 2006, completam-se 50 anos da primeira edição do romance Grande Sertão: Veredas. O que torna o livro um marco da literatura nacional?

Marli Fantini: Grande Sertão: Veredas encena a entrevista concedida por Riobaldo, fazendeiro, quase barranqueiro, a um destinatário culto, que vem da “cidade” para conhecer de perto o universo sertanejo, sua cultura, seus mitos e, mais diretamente, a história de apogeu e decadência da jagunçagem. Sem a autoridade da narrativa épica ou da crônica oficial, o testemunho do ex-jagunço só terá sua aura assegurada caso entre em interlocução com uma voz legitimadora. É sobretudo nesse sentido que o romance se constrói como um grande diálogo, assumindo, contudo, a forma de monodiálogo ou “diálogo pela metade”. Ainda que haja uma entrevista, as únicas palavras que se ouvem são as do entrevistado, o que demonstra ser esta a hora e vez do sujeito subalterno da história. Desde seu início, o romance assume estrutura inusitada. Ele se inicia com travessão e termina com “travessia”, palavra seguida pelo signo de infinito, de hibridismo, ou daquela serpente que morde a própria cauda. Tal signo sugere, dentre outras, a idéia de que o romance estará abrindo os elos de sua cadeia interativa para inserir novas redes e leitores no diabólico pacto ficcional por ele proposto. Seja no início, no meio, seja no final de Grande Sertão: Veredas, a estrutura narrativa obriga cada passagem a interagir com uma infinda e recursiva cadeia hiper-textual, que não só remete a si mesma, como também à heterogeneidade conflitiva do “sertão-mundo”, onde tudo sempre atravessa e sempre recomeça.

Boletim: Essa multiplicidade torna atemporal a obra de Rosa...

Marli Fantini: A capacidade de dar visibilidade a potencialidades não realizadas, de agenciar novas redes de sentido e de conciliar experiência e discurso, são atributos que fazem de Rosa um escritor de obras destinadas a se revelarem, em diferentes tempos e distintas formas de recepção, sempre novas, inesperadas, inéditas. A idéia de integrar, numa mesma rede múltipla e infinita, conhecimento e emoção, várias experiências e estilos, onde tudo pode ser continuamente remexido e reordenado de todas as maneiras possíveis, engendra a totalidade potencial dos grandes romances que emblematizam a literatura deste novo milênio. Móvel e remanejável como um tabuleiro de xadrez, a cartografia de Guimarães Rosa agencia, dessa forma, infinitas combinações territoriais, cujo traçado aceita a intervenção simultânea de negociações e acaso. Hábil estrategista, Rosa sabe como reciclar os lugares fixos da geografia e da história, para criar múltiplas redes de sentido e de relações de intersubjetividade, que, por sua vez, se enredam nas combinações recursivas entre ficção e referenciais geopolíticas, como se lê numa passagem de Grande Sertão: Veredas: “Esses gerais são sem tamanho. Enfim, cada um o que quer aprova, o senhor sabe: pão ou pães, é questão de opiniões... O sertão está em toda parte”.

Fonte: Disponível em: www.ufmg.br/boletim/bol1532/quarta.shtml . Acesso em: 18 dez. 2006.


Resenhas sobre o livro "Guimarães Rosa: fronteiras, margens, passagens", de Marli Fantini.

1) Folha de S. Paulo Caderno Mais!, 20/06/2004, p. 14, resenha de artigo de Evando Nascimento "Travessia por redes de sentido": "Guimarães Rosa - Fronteiras, Margens, Passagens" de Marli Fantini investiga os arquivos do autor de "Grande Sertão: Veredas"...

2) Jornal "Gazeta Mercantil", caderno Cultura, Sessão Estante, 10v e 11/04/2004, p.5 -"Guimarães Rosa - Fronteiras, Margens, Passagens" de Marli Fantini "Doutora em Literatura comparada, Marli Fantini examina as fronteiras reais e metafóricas que emergem da vida e da obra de Guimarães Rosa ..."

3) Jornal "Estado de São Paulo", caderno Cultura, 9/5/2004, p. D3, "A língua de Rosa", de Daniel Piza "Guimarães Rosa - "Fronteiras, Margens, Passagens" (Ateliê/Senac), de Marli Fantini, é uma análise sobre as várias dimensões da linguagem do autor de "Grande sertão: veredas", que mescla o regional e o universal... para além de dicotomias e estereótipos."

4) Jornal "Hoje em Dia", Caderno Cultura, Belo Horizonte, 6/4/2004, de Alécio Cunha - "Marli Fantini está de volta à literatura de Rosa", artigo de Alécio Cunha sobre o livro "Guimarães Rosa - "Fronteiras, Margens, Passagens" (Ateliê/Senac).

5) Jornal "Valor", Caderno Fim de Semana (Eu &), 28, 29 e 30/05/2004. p. 3, 4 e 5. "Retorno ao universo de Guimarães". "Em "Fronteiras, Margens, Passagens", originalmente tese de doutoramento, Marli Fantini procura entender a obra (universo) do escritor..."

6) Jornal "Estado de Minas", Caderno Cultura, 06/04/2004, p. 5. Crítica de Marcello Castilho Avellar: "Essência Crítica em Guimarães Rosa". "Marli Fantini, diretora do Centro de Estudos Portugueses da UFMG e Professora da Faculdade de Letras desta universidade.

7) "O popular" - Goiânia- Crítica literária "Guimarães Rosa - "Fronteiras, Margens, Passagens" A preocupação de Marli Fantini..."

8) O Imparcial Presidente Prudente, 9/4/2004, Caderno Cultura: Guimarães Rosa: fronteiras, margens, passagens.




   

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